Geraldo Filme - antologia mínima

Negro falava de umbanda
Branco ficava cabreiro
Fica longe desse negro
Esse negro é feiticeiro
Hoje o preto vai à missa
E chega sempre primeiro
O branco vai pra macumba
Já é Babá de terreiro

Vá cuidar da sua vida
Diz o dito popular
Quem cuida da vida alheia
Da sua não pode cuidar
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Vocês é que nada sabem do que vai pelo sertão
Menina quando é bonita é presente pro filho do patrão.
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na hora em que eu nasci
mamãe me jogou na pista
"se cair deitado é padre, caiu de pé é sambista"
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Na escola de samba
aprende a rir,
aprende a sofrer,
aprende a chorar
mas não sabe ler
doutor qual o seu destino será?
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Quero ser sambista
Ao renascer de novo
Pra cantar a alegria
E desventura de meu povo
Quero ter muitos amigos
Como tenho atualmente
Cantar samba na avenida
E nascer negro novamente
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São Paulo, menino grande
Cresceu não pode mais parar
E o pátio do colégio quem lhe viu nascer
Um velho ipê parece chorar
Não tem a sua mãe preta
Na rua com seu pregão
Cafezinho quentinho, sinhô,
Pipoca, pamonha e quentão.
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Quem nunca viu o samba amanhecer
vai no Bexiga pra ver, vai no Bexiga pra ver

O samba não levanta mais poeira
Asfalto hoje cobriu o nosso chão
Lembrança eu tenho da Saracura
Saudade tenho do nosso cordão

Bexiga hoje é só arranha-céu
e não se vê mais a luz da Lua
mas o Vai-Vai está firme no pedaço
é tradição e o samba continua.

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