Antiode para o Rio de Janeiro em 23 de abril

Este poema é de 23 de abril de 2014.
Republico hoje.
Salve Jorge!!!


Antiode para o Rio de Janeiro em 23 de abril

Hoje de madrugada nos subúrbios de minha cidade
Eu teria sido acordado pelo tiroteio das cangalhas


A frouxa sensação de que pertenço ao dia
A quase alegre comunhão imaginada dos solitários
Apaziguariam essa ânsia de minerar o outro

Mas as minas me subtraem feriados
Não largo a lida da forja
Das ferramentas de reinventar

Dragões


E viro dragão
Contra a lança dos nerds
E o calabouço fluxo cadafalso
Da informação o amém silencioso
Ante as gulag sem muros de cracudos

E a desova dos amarildos


E viro dragão
Cuspo meu hálito cru
Contra os toninhos casamenteiros
As filhas de maria caçarola
Os pais do meu sopão primeiro

E a caridade da farinha pouca


E viro dragão
Para te saudar
Santo que me enfrenta
Ouro que me inventa
Em mil fogos de artifícios
Para não esquecer as ofensas
Para não calar as demandas

Para acordar o sono dos justos
No travesseiro da indiferença.

(Alexandre Faria)

Postagens mais lidas

Antéchrista

Abraço da UERJ

Não dá mais pra Diadorim - em duas versões

Dia dos professores Lado A e Lado B

Carolina Maria de Jesus

Sem respeito, de Byung-Chul Han