E agora, Sozé

(Um bilhete para Anelise Freitas)

Primeiro fico comovido com a dedicatória em um poema. Agradeço de coração. Lembro dele no exercício da oficina na greve!

Li, preciso reler. Mapear referências. Interpretar (?). Vai aqui só impressão do que me surge no corpo. Na presença. Na essência da forma. Vejo maturidade e coesão da linguagem que acusa como era jeca aquele José sem Minas. Sozé é cosmopolita. Se emparelha bem com o albatroz (o elefante?), o iceberg e a baleia, e constrói uma poesia sáfica de lábios, pernas, peles em paralelo com a contabilidade dos cacos e dos mortos quando os aviões passam ou caem. 

O jornal não é diário, mas história, tipo fazer a previsão do tempo passado. Tudo poesia de sobrevivência diante de um cosmos sem emparedamento que afunda o cotidiano numa subjetividade tão grande a ponto de negar cifras ao presente. 

Bonito, Ane, o lugar aonde se chega com esse livro denso, duro. E sensível. Violentamente sensível aos dramas do mundo, e sobretudo, à língua. Gostei muito.

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