Anotacao no facebook, sobre o I, há 3 anos

Estou há mais ou menos 2 anos tentando um livro de poemas que, quando o pensei, pareceu-me muito fácil e esquemático.
Mas não está sendo simples quanto imaginara. Montei todo o esquema e o resultado está custoso. E delirante. Sempre que olho bem, convenço-me de que a interpretação racional do mundo só pode ter surgido de um absoluto delírio.
Ah, a falácia dos esquemas, das cosmologias e das fórmulas! Conforme as olhamos, podem passar muito bem por alucinções. As primárias contemplações da presença, do mundo, do homem e a pergunta inevitável: qual o sentido? Aí começam os delírios cujos resultados são tão convincentes, que o esquema dispensa aquela presença original, que o mundo se explica sem estar. E o delírio vende-se como razão, lógica, sensatez, juízo.
Por isso insisto na poesia. A tentativa (sempre frustrada) de reviver essa experiência primária, de delirar em ordem.
Espero que consiga terminar este. Será um livro absolutamente inútil e dispensável. Mas não consigo mais me pensar sem ele.

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