Poema antigo
Poema antigo. Mais ou menos 1996. O Beto hoje me lembrou dele pela citação do Rubem Fonseca.
Copio como está. Mas o dedo coça pra mexer.
só os ratos
nunca vomitam
mamíferos indecifráveis
roemos esperanças e destroços
do sentido
e compulsivos bebemos
e fumamos e falamos
e iludimos o destino e
tropeçamos na falácia
da palavra desdita e
emudecemos e
deixamos a mesa
intacta
vomitamos
sabemos que ninguém deve
comer a vida pelas beiradas
Virando a mesa
para Adriana
só os ratos
nunca vomitam
mamíferos indecifráveis
roemos esperanças e destroços
do sentido
e compulsivos bebemos
e fumamos e falamos
e iludimos o destino e
tropeçamos na falácia
da palavra desdita e
emudecemos e
deixamos a mesa
intacta
vomitamos
sabemos que ninguém deve
comer a vida pelas beiradas