Creta, de Tatiana Franca
Ganhei esse belíssimo presente outro dia. Compartilho com os amigos.
Creta
(Tatiana Franca)
Que entre quem quiser. Não encontrará pompas mulheris aqui nem o bizarro aparato dos palácios, mas sim a quietude e a solidão (Jorge Luis Borges).
São os muros de quem submeteu as ilhas,
mas é de Dédalo a arquitetura infinita.
Vejam as ilhas, quanto distanciam o homem –
há nelas inquebrantável silêncio.
Às ilhas fogem os homens.
Lá onde o engenho cria formas de nunca mais
sair.
Labirintos de catorze portas pode-se erigir,
laborioso construto.
Mas ao homem será dada força,
(será essa sua desgraça?)
serão dados amigos jovens,
(eles saberão?)
morada- forte
(inexplorada?)
e uma benevolência –
jamais se verá no espelho.