Postagens

Mostrando postagens de novembro, 2010

Nobody Home (Roger Waters)

I've got a little black book with my poems in I've got a bag with a toothbrush and a comb in When I'm a good dog they sometimes throw me a bone in I got elastic bands keeping my shoes on Got those swollen hand blues. Got thirteen channels of shit on the TV to choose from I've got electric light And I've got second sight I've got amazing powers of observation And that is how I know When I try to get through On the telephone to you There'll be nobody home I've got the obligatory Hendrix perm And I've got the inevitable pinhole burns All down the front of my favorite satin shirt I've got nicotine stains on my fingers I've got a silver spoon on a chain I've got a grand piano to prop up my mortal remains I've got wild staring eyes I've got a strong urge to fly But I've got nowhere to fly to Ooooh Babe when I pick up the phone There's still nobody home I've got a pair of Gohills boots And I've got fading roots.

La vie

" On fait toujours comme s'il avait quelque chose de plus important que la vie. Mais quoi?" (Albert Camus)

Geraldo Filme - antologia mínima

Negro falava de umbanda Branco ficava cabreiro Fica longe desse negro Esse negro é feiticeiro Hoje o preto vai à missa E chega sempre primeiro O branco vai pra macumba Já é Babá de terreiro Vá cuidar da sua vida Diz o dito popular Quem cuida da vida alheia Da sua não pode cuidar =================================================== Vocês é que nada sabem do que vai pelo sertão Menina quando é bonita é presente pro filho do patrão. =================================================== na hora em que eu nasci mamãe me jogou na pista "se cair deitado é padre, caiu de pé é sambista" =================================================== Na escola de samba aprende a rir, aprende a sofrer, aprende a chorar mas não sabe ler doutor qual o seu destino será? =================================================== Quero ser sambista Ao renascer de novo Pra cantar a alegria E desventura de meu povo Quero ter muitos amigos Como tenho atualmente Cantar samba na avenida E nascer negro novamente ======

De como ocupar o lugar do morto

à memória de Angelo Colombo se uns mortos nos dão vida vivos há que só assombram nuns a fava a falha do neto que guarda em si um avô fica não no jeito do gesto no traço do resto mas na gíria nos hábitos à revelia no ímpeto da juventude na poesia contra sisos e tinos ganas de abrigar nas salas vip da memória o café com a prosa da cozinha pedras e galinhas do quintal mas jabuti cágado poeta laureado tia rica visita ilustre que toma assento na sala principal estofador faxineira cobrador todo douto que nos adentra quarto e dor vizinho que perdeu a chave a filha mãe de família a quem faltou sal sabão vergonha e fósforo esses nos assombram sem pena até na conclusão do poema

Dois poemas novos

Fetiche (Para a Aline) Amanhã ele vem me frequentar Fou fazer jantinha leve Passo lavo cozinho Ensopo a jardineira E depois... Meu Deus, Você nem imagina Me bate na cara me cospe me goza Mas vou exigir: - Putinha safada não! Putinha safada não! Me chama de Adélia Prado. Circo de horrores Morreram de overdose sim Mas não são heróis ou são Heróis de porra nenhuma Outros já pelos 70 pelas Tabelas ainda vão morrer Nem por isso Meu herói mesmo É o Fiuk - como eu Tem avô mas não tem pai

Road movie

é horizontal este poço: perpassa a história de minha morte é horizontal este poço: estrada sem fundo vértice dos vértices é horizontal este poço: ventríloquo de ventres insaciáveis, consome o caminho, de caminhoneiros e motoristas sem tino - retinas sem luz. é horizontal este poço: horizonte fundo ereto, vertical e sólido rente ao vento do pranto de viúvas, órfãs e irmãs: meigas paisagens de acostamento

Lado B

Balança o Maracá Dança da redenção Raio da vida raiar Fonte a escorrer Rio de transbordar Jorro de alma jorrar Esse ritmo dentro da noite Quando a música e o pensamento Forem um só Forem o Sol (Essa alegria - Lenine) De um novo mundo eu sou E um mundo novo será mais claro Mas é no velho que procuro o jeito mais sábio de usar A força que o sol me dá, canto (Solar - Milton Nascimento) Um dia quero mudar tudo no mundo No outro eu vou devagar, Um dia penso no futuro No outro eu deixo prá lá, Um dia eu acho a saída No outro eu fico no ar, Um dia na vida da gente, Um dia sem nada de mais, Só sei que eu acordo e gosto da vida Os dias não são nunca iguais! (Bom dia - Swami Jr / Paulo Freire) Quero viver a vida Ir pra avenida com a multidão Braço e abraço Mão na mão Todo mundo é meu ir... mão Noite ou dia é tudo igual (Alegria Carnaval - J. Aragão e N. Barros) Quem se salva nessa brasa, quem acende um fogo novo Cruza a crise, colhe a calma Alegra a alma desse povo Vive em paz e harmonia

Só agora vejo crescer em mim as mãos de meu pai

Imagem

Mapa Astral

Sinto que o mês presente me assassina Mário Faustino Sinto que o mês presente me assassina as aves atuais nasceram mudas e o tempo na verdade tem domínio sobre homens nus ao sul de luas curvas. Sinto que o mês presente me assassina, corro despido atrás de um cristo preso, cavalheiro gentil que me abomina e atrai-me ao despudor da lua esquerda ao beco de agonia onde me espreita a morte espacial que me ilumina. Sinto que o mês presente me assassina e o temporal ladrão rouba-me as fêmeas de apóstolos marujos que me arrastam ao longo da corrente onde blasfemas gaivotas provam peixes de milagre. Sinto que o mês presente me assassina, há luto nas rosáceas desta aurora há sinos de ironia em cada hora (na libra escorpiões pesam-me a sina) há panos de imprimir a dura face à força de suor, de sangue e chaga. Sinto que o mês presente me assassina, os derradeiros astros nascem tortos e o tempo na verdade tem domínio sobre o morto que enterra os próprios mortos. O tempo na verdade tem domínio, amen

Laura Assis lê "Antiode para Ray Bradbury" (Alexandre Faria)

Daniel Lins: Alegria como força revolucionária

Excelente Café Cultural: http://www.cpflcultura.com.br/site/2009/02/11/daniel-lins-alegria-como-forca-revolucionaria-etica-e-estetica-dos-afetos/ "A alegria é o que vai definir o sujeito. Mas a alegria não trabalha com o sujeito. O sujeito na alegria são blocos de afetividade. São sempre coletividades. São sempre matilha, como os cães. E a alegria não trabalha com essa singularidade focalizada. O sujeito é sempre o sujeito matilha, o sujeito multidão, o sujeito massa (...) Não desvaloriza o sujeito nem o coloca numa posição assujeitada." "Eu bem que gostaria de, todas as manhãs, sentir que o que vivo é grande demais para mim, porque seria alegria em estado puro. Mas deve-se ter a prudẽncia de não exibi-la, pois há quem não goste de ver pessoas alegres." (Deleuze) "Prudência para não afugentar os devires." (Deleuze) A bailarina só pode dançar na alegria e a alegria não é em geral o lugar da consciência. Ela tem que ser uma produtora da inconsciência

Grafite fotografado

Imagem
Duas fotos do Jeff, com um bilhete: " Hoje (02/11/2010) arrumando meus arquivos para fazer backup me deparei com essas fotos que tirei para vc em 2006 e nunca lhe enviei..." Agradeço, quae sera .