A nossa ratoeira
Publicado originalmente em Aguarrás , vol. 2, n. 6. ISSN 1980-7767. Rio de Janeiro, MAR/ABR 2007. Estreou no Rio e, desde o início deste ano, já viaja pelo Brasil, A ratoeira, montagem da mais famosa peça de Agatha Christie (The mousetrap, 1952), com direção de João Fonseca. Cenário grandioso, figurino impecável e atores entrosadíssimos, o espetáculo é competente e bastante fiel ao texto original. Esta fidelidade talvez seja o ponto mais delicado da atual versão brasileira (houve outras, nos anos 50 e 70). A trama, extensa demais, poderia tornar óbvia a intriga e, antes de o final surpreender, o público já anteciparia a identidade do assassino. O policial de mistério, se encenado, requer um tempo preciso, uma duração exata da ação, o que se não for observado pode derrotar muita superprodução. Não só as marcas textuais que visam ressaltar indícios ou pistas falsas devem ser precisamente entoadas, mas a sonoplastia, a iluminação e o movimento são recursos indispensáveis para se c