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Entrevista para Daniela Aragão

Publicada originalmente no site http://www.acessa.com/cultura/arquivo/musica/2014/08/26-entrevista-com-o-poeta-e-professor-alexandre-faria/ Daniela Aragão: Como se deu a sua primeira relação com a palavra? Alexandre Faria: Você me pergunta a respeito da palavra, mas eu voltei a estudar música, na verdade estudei música durante muito tempo por minha conta na adolescência. Sempre fui mais visual, fui aprendendo a tocar pelas revistinhas que comprava nas bancas. Comecei a estudar agora com quem sabe e na perspectiva de que devo aprender a ouvir. Claro que durante a minha formação dediquei um tempo enorme à palavra, mas já havia uma percepção, uma abertura de canal para que eu compreendesse os mecanismos da palavra no lugar que não era só o da gramática. Com a música não tive isso. Aprendi a gramática da música, partitura, nomenclatura, matemática, mas não aprendi a música. Isso não se deu em relação à palavra, eu aprendi a gramática da palavra depois, mas eu já tinha

Fabrícia

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Li hoje dois poemas e meio no lançamento do "Baião de uma". Dois orbitais, o do André Monteiro e o da Fabrícia. O outro foi esse, que ainda não terminei:

Penha da Gávea

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Durante a produção dos livros de Rogério Batalha que a Editora TextoTerritório acabou de lançar, fizemos algumas experiências de fotomontagens para as capas, a partir do trecho do orbital "Malícia de Asfalto" que dediquei ao Batalha. Penha da Gávea Para nossa sorte, as capas tomaram outra direção, nas mãos de Mozileide Neri . Deixo aqui, desguardadas, as imagens.

Toda vida é sonho e os sonhos sonhos são!

Porque pode não ser na realidade que a ideologia nos pega, mas justo nos sonhos! A VIDA É SONHO É certo; então reprimamos esta fera condição, esta fúria, esta ambição, pois pode ser que sonhemos; e o faremos, pois estamos em mundo tão singular que o viver é só sonhar e a vida ao fim nos imponha que o homem que vive, sonha o que é, até despertar. Sonha o rei que é rei, e segue com esse engano mandando, resolvendo e governando. E os aplausos que recebe, Vazios, no vento escreve; e em cinzas a sua sorte a morte talha de um corte. E há quem queira reinar vendo que há de despertar no negro sonho da morte? Sonha o rico sua riqueza que trabalhos lhe oferece; sonha o pobre que padece sua miséria e pobreza; sonha o que o triunfo preza, sonha o que luta e pretende, sonha o que agrava e ofende e no mundo, em conclusão, todos sonham o que são, no entanto ninguém entende. Eu sonho que estou aqui de correntes carregado e sonhei que em outro estado mais lisonjeiro me

Carolina Maria de Jesus

Carolina Maria de Jesus (Poema de Maria Tereza, publicado no livro "Negrices em flor", Edições Toró, 2007) Comprei um sapato lindo número trinta e nove sendo que calço número quarenta e dois. Andei muito a pé, adoentei-me. Para acalmar os pés e não repetir esse ato insano fiz uma salmoura de água quente e ensinei crianças e adolescentes que não se vende o próprio sonho