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Mostrando postagens de 2017

Carta aberta a Aldir Blanc

Prezado Aldir Blanc, Escrevemos-lhe essa carta pública como manifestação do mais profundo respeito e da maior admiração que nutrimos por sua criação. Uma admiração que nasceu desde a primeira vez que ouvimos a sua letra de “O bêbado e a equilibrista”, na interpretação da saudosa e insubstituível voz. Mas por esse motivo já podíamos ter nos manifestado, publicamente, há muitos anos. Se só o fazemos hoje, é por um torpe motivo que mobiliza e inquieta nosso espírito cidadão. Escrevemos para esclarecer que hoje, 06 de dezembro de 2017, a equilibrista caiu da corda bamba. Quem somos nós para trazer a público a obviedade dos tempos tétricos em que vivemos? Quem somos nós para alertar-lhe sobre a sistemática usurpação de direitos a que estamos sendo submetidos? Como poderá essa canhestra missiva tocar o ourives do palavreado? Falar de usurpação de direitos com Aldir Blanc é chover no molhado. Antes dos direitos trabalhistas, já lá se tinham ido os direitos autorais no Brasil, não é mes

Entrevista para Mauro Morais sobre a Exposição "Embate ao Fascismo - 80 anos de Guernica

Saiu ontem, na Tribuna de Minas ( http://tribunademinas.com.br/noticias/cultura/15-10-2017/artistas-juiz-foranos-fazem-releitura-de-guernica.html ), matéria de Mauro Morais sobre a exposição  Embate ao Fascismo - 80 anos de Guernica , da qual participo com um poema. Para a reportagem, Mauro me enviou algumas perguntas, cujas respostas foram bem aproveitadas em seu texto. Publico, aqui, a conversa na íntegra com alguns ajustes. - De que maneira te toca o "Guernica"? De uma maneira profundamente ambígua. Sinto que é uma bela obra que eu gostaria que tivesse sido desnecessária. Grandes obras de arte são fruto do que há de pior na condição humana. A "Rosa de Hiroshima" é filha da bomba de Hiroshima. Por outro lado são obras mais do que necessárias, são imprescindíveis. Não só porque fixam a monstruosidade do humano no plano histórico, evitam o esquecimento das atrocidades que preferimos, às vezes, esquecer, mas também porque nos expõem, trazem à tona cotidian

Embate ao Fascismo – 80 anos de Guernica

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A Pró-Reitoria de Cultura da UFJF convida para o vernissage da exposição “Embate ao Fascismo – 80 anos de Guernica.” Artistas: André Lopes, Babilônia Pedro Henrique Ferreira, Clara Downey,  Eduardo Borges, Francisco Brandão, Gabi Lemos, Guilherme Melich, Guilherme Portes, Heloisa Curzio, Knorr Jf, Lucio Rodrigues, Luiz Guilherme, Mário Tarcitano, Nickolas Garcia, Nina Mello, Paulo Alvarez, José Augusto Petrillo, Prida de Paula, Ramon Lima Brandao, Renato Abud, Ricardo Coimbra, Ricardo Cristofaro, Thiago Berzoini e Valéria Faria. Poetas: Alexandre Faria, Anderson, André Capilé , Anelise Freitas, Charles Dias Gonçalves, Darlan Lula, Edimilson De Almeida Pereira, Iacyr Freitas, Oswaldo Martins e Prisca Agustoni.

As pessoas na sala de jantar 2

Depois de "De dentro pra fora", de Artur Barrio (Alexandre Faria) Não há mais pessoas na sala de jantar. Apenas o poltergeist da televisão. O tilintar de talheres e Fantasmas ainda torturam minha carne.

Gravação do I, com Fabrícia Valle

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Hoje foi a gravação do livro ''I''.  O autor Alexandre Faria e a percussionista Fabrícia Valle se encontraram hoje  no estúdio da Maquinaria em Juiz de Fora para a gravação.

Sérgio Vaz, FLUP, poesia e ética

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No último sábado tive a alegria de apresentar, no encontro da FLUP Pensa, o Poeta Sérgio Vaz. Lembrei o surgimento dos primeiros sinais da literatura periférica, que se deram lá se vão mais de 15 anos, entres os quais é inegável a importância e a longevidade da Cooperifa. Sabemos das dores e delícias de promover cultura (ainda mais periférica) no Brasil. Sabemos que o início dos anos 2000 foram mais do que propícios para o afloramento, no solo da sociedade brasileira, as nossas vozes periféricas. Hoje, jogo feito e golpe em curso, não há dúvidas de que as dificuldades são maiores ainda. Por isso, na mesma fala, não pude deixar de elogiar a garra e resistência de meus queridos  Ecio Salles  e  Julio Ludemir , que a despeito da crise e da exiguidade dos recursos, decidem manter viva a FLUP, e contam com o auxílio luxuoso de  Bernardo Vilhena  e  Ramon Nunes Mello , com quem tenho a (e que!) responsabilidade de dividir a banca de poesia. Terminei a apresentação citando um famoso dísti

Abraço da UERJ

É hoje o abraço da UERJ!!!!! Estou no trampo em JF. Não poderei ir. Deixo então aqui uma reflexão para que quem puder vá. A UERJ foi uma das casas por que passei para me tornar quem sou. Nela fui aluno e professor substituto (na FFP). Me formei e trabalhei para a formação de pessoas e, mais ainda, tenho amigos de diversas áreas que lá se formaram. Não sou tão ligado às instituições, mas às pessoas é inevitável não se ligar. Estou lembrando agora dos vários amigos que tenho e que têm em comum comigo a UERJ. Cada um deles fez e faz diferença na minha vida, cada um deles, à sua maneira, demonstra uma capacidade diferenciada de interferir no cotidiano, de compreender o mundo, de pensar e de RELATIVIZAR. O descaso com essa instituição que abrigou/abriga, ensinando-aprendendo, esses amigos de que me lembro agora, não é, não pode ser - basta usar a lógica para perceber isso -  resultado de uma crise econômica ou administrativa. É reflexo de uma crise (mudança) de valores sistematicamente

Alexandre, o Faria - de Carlos Augusto Corrêa

Crônica da coluna Chão de Praça, no Facebook de  5/1/17                        Carlos Augusto Corrêa                           Alexandre, o Faria Ele não é amigo que vejo todos os dias. Ao contrário, fiquei anos sem vê-lo mas um dia fiz contato com Alexandre, o Faria, pelo Face e como nossa amizade não é feita só de escritos na telinha resolvemos matar saudade tendo um encontro num barzinho lá de Higienópolis. E lá fomos. Encontrei Alexandre sorridente e comedido e ao mesmo tempo com o ar bonachão de sempre. Por isso ele me olhou com a mesma cara de amigo dos anos 90. Resultado, aquele abraço, a alegria pela relembrança dos tempos em que eu ainda estava em excelente "forma". Um vê as marcas de expressão do outro, ele bem mais novo do que eu, e sente que as marcas nada significam para a realidade e a permanência de um sentimento. Que tal sentimento espontâneo e sólido não envelhece. Será que as Parcas, essas deusinhas gregas que só sabem governar as horas, sabia