Um adeus a 2012
2012 foi esmerado no enterro do século XX mas ninguém há de mandá-lo à puta-que-o-pariu como fez o Poeta com 1973 sobra muito no espólio e poucos para a partilha utopistas do pão nosso sem parábolas nem legendas psicanalistas de sistemas, redes e nós, simulacros de avatares vanguardistas do inferno - sem Dante ou Sartre - verbo frio ecologistas de fastfood sem catadores do seu luxo e a quadrilha dos bin lacs arrivistas da miséria alheia ó arrimos de wall street a poesia será sempre a morta de fome o século perdurará eterna noite no Phillies tristeza, medo, esperança contos de Sherazade e ninguém saberá das guerras das ditaduras dos reis nus, sheikes, batistas 2012 foi esmerado no enterro do século XX Hobsbawn, Niemeyer, Dona Canô, acaba o mundo e o outro parece surgiu sem extremos sem curvas sem cantores