Todos no meio
Para a Tati Franca Para o Edu Tollendal Aos vinte eu não sabia nem o que pensava, mas (que bom!) tinha uma certeza danada. Aos 40 pelo menos sei que não sei bem o que faço. Estamos sempre no meio. É uma ideia bem instigante. Pesquei-a numa canção de Péricles Cavalcanti e Arnaldo Antunes, gravada por Adriana Calcanhotto. Receita para se compreender e superar o medo de quem se acha no começo e a pretensão de quem se julga no fim: ninguém no início ou no fim. Diz a letra: Antes de mim vieram os velhos Os jovens vieram depois de mim E estamos todos aqui No meio do caminho dessa vida Vinda antes de nós E estamos todos a sós No meio do caminho dessa vida E estamos todos no meio Quem chegou e quem faz tempo que veio Ninguém no início ou no fim Antes de mim Vieram os velhos Os jovens vieram depois de mim E estamos todos aí Outro dia escrevi aqui sobre a intensidade de uma presença que reverte as promessas calcadas no vazio. Alguns leitores me comentaram com senões. Curtiram muito a ide