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Mostrando postagens de 2010

Confissão de fé

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Tem um formato especial e por isso tive que salvar como imagem. Mas acho que dá pra ler. É só clicar na imagem e apertar ctrl + que o browser amplia.

Moonlight serenade

Para ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=n92ATE3IgIs Para cantar: Mar, grande mar Belo espelho da luz das estrelas Você, quebra mar Minha onda de amor contra o seio Depois do anseio Enleio no leito ao luar Bar é o lugar De contar como somos felizes Daqui ouço o mar Por mais longe que ele esteja Me beija de leve Azul, serenata ao luar Mas se o destino rir de mim E armar mais solidão Vou pra beira mar chamar você Pro canto do mar te devolver pra mim Mar e luz, mar e céu Mar e lua crescente Estrela no adeus Faz com que tua luz me proteja Me beija de leve Azul, serenata ao luar (M.Parish - G.Miller Versão de Aldir Blanc)

Gosto dos meus

GOSTO DOS MEUS e não puxo o saco dos teus ou daqueles outros formidáveis 'eus' em frenética comunhão de sestros íntimos especulados em santa imagem alheia e prostituída Gosto dos meus do meu tempo do meu cio do meu ócio do que não fiz prezo imensamente minha não-realização milagrosa minha inércia extraordinária merecedora da minha mais profunda reverência embevecida Gosto dos meus do meu vazio do meu nicho ínfimo do meu vinho derramado que pundonorosamente não embriaga santos nem perturba o fastio de qualquer douta inteligência generosa ou desabrida Meu vício é só e lícito e não atende a domicílio Meu vício é gostar dos meus e do nosso tempo dado de Graça às musas do ante-parnaso do por acaso do azo de não querer nada que não seja somente por graça... (e não é senão essa a

...: Palavra do fim da primeira década do século do futuro.

A história tá bem contada e fotografada aqui: ...: Palavra do fim da primeira década do século do futuro.

Sarau no Alemão

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Fechado pra balanço

Tô fechado pra balanço Meu saldo deve ser bom Tô fechado pra balanço Meu saldo deve ser bom Deve ser bom Um samba de roda, um coco Um xaxado bem guardado E mais algum trocado Se tiver gingado, eu tô, eu tô Eu tô de corpo fechado, eu tô, eu tô Eu tô fechado pra balanço Meu saldo deve ser bom Tô fechado pra balanço Meu saldo deve ser bom Deve ser bom Um pouco da minha grana Gasto em saudade baiana Ponho sempre por semana Cinco cartas no correio Gasto sola de sapato Mas aqui custa barato Cada sola de sapato Custa um samba, um samba e meio E o resto? O resto não dá despesa Viver não me custa nada Viver só me custa a vida A minha vida contada (Gilberto Gil)

Não dá mais pra Diadorim - em duas versões

DALTON TREVISAN: Otto, Falemos mal do Grande Sertão. Rompe você ou começo eu? La vai em pleno dó de peito: o Rosa é o herdeiro de José de Alencar, epígono do novo indianismo. Seu jagunço pomposo, guardada a distância, o mesmo índio guarani. Riobaldo, um Peri sofisticado, e Diadorim, outra virgem dos lábios de mel (as suas líricas meretrizes são perfis de Lucíola). Um cronista genial, a mão leve de beija-flor, mas – ai de mim – romancista menor. Riobaldo não se sustenta nas alpercatas e Diadorim, coitada, é pura donzela Arabela (“já fazia tempo que eu não passava navalha na cara, contrário de Diadorim”; logo, ela fazia a barba?). Na paisagem naturalista os tipos de um romance desgrenhado. Não é Riobaldo sem veracidade nem grandeza, epa!, que me interessa e sim o trovador do sertão: a gente, os bichos, a paisagem. Que de variações retóricas sobre a sentença de Dostoievski – “se Deus não existe, tudo é permitido”. Como sabe enfeitar de plumas e lantejoulas o seu chorrilho de p

Para fazer um samba

Parceria com Dú Basconça Para fazer um samba enfim Não basta ter o dom do amor Mas cultivar até o fim De seus versos, o quebrado Da pobre rima, a sina errante A prima e única ante o fado Malsinado dos amantes: Abandonar a mesa farta E o corpo num sofá distante Não basta dar o tom, amor Para virar noites assim Quando os boêmios tomam rumo E vão dormir as meninas É sobre o sono desses justos Que vibram bordões e primas A debochar dos que procuram Outros motivos para a dor Não fosse ele o primeiro e último Não fosse para sempre e só o amor Do samba E esta alegria de dizer sim Ao dia... ao dia que já raiou

Nobody Home (Roger Waters)

I've got a little black book with my poems in I've got a bag with a toothbrush and a comb in When I'm a good dog they sometimes throw me a bone in I got elastic bands keeping my shoes on Got those swollen hand blues. Got thirteen channels of shit on the TV to choose from I've got electric light And I've got second sight I've got amazing powers of observation And that is how I know When I try to get through On the telephone to you There'll be nobody home I've got the obligatory Hendrix perm And I've got the inevitable pinhole burns All down the front of my favorite satin shirt I've got nicotine stains on my fingers I've got a silver spoon on a chain I've got a grand piano to prop up my mortal remains I've got wild staring eyes I've got a strong urge to fly But I've got nowhere to fly to Ooooh Babe when I pick up the phone There's still nobody home I've got a pair of Gohills boots And I've got fading roots.

La vie

" On fait toujours comme s'il avait quelque chose de plus important que la vie. Mais quoi?" (Albert Camus)

Geraldo Filme - antologia mínima

Negro falava de umbanda Branco ficava cabreiro Fica longe desse negro Esse negro é feiticeiro Hoje o preto vai à missa E chega sempre primeiro O branco vai pra macumba Já é Babá de terreiro Vá cuidar da sua vida Diz o dito popular Quem cuida da vida alheia Da sua não pode cuidar =================================================== Vocês é que nada sabem do que vai pelo sertão Menina quando é bonita é presente pro filho do patrão. =================================================== na hora em que eu nasci mamãe me jogou na pista "se cair deitado é padre, caiu de pé é sambista" =================================================== Na escola de samba aprende a rir, aprende a sofrer, aprende a chorar mas não sabe ler doutor qual o seu destino será? =================================================== Quero ser sambista Ao renascer de novo Pra cantar a alegria E desventura de meu povo Quero ter muitos amigos Como tenho atualmente Cantar samba na avenida E nascer negro novamente ======

De como ocupar o lugar do morto

à memória de Angelo Colombo se uns mortos nos dão vida vivos há que só assombram nuns a fava a falha do neto que guarda em si um avô fica não no jeito do gesto no traço do resto mas na gíria nos hábitos à revelia no ímpeto da juventude na poesia contra sisos e tinos ganas de abrigar nas salas vip da memória o café com a prosa da cozinha pedras e galinhas do quintal mas jabuti cágado poeta laureado tia rica visita ilustre que toma assento na sala principal estofador faxineira cobrador todo douto que nos adentra quarto e dor vizinho que perdeu a chave a filha mãe de família a quem faltou sal sabão vergonha e fósforo esses nos assombram sem pena até na conclusão do poema

Dois poemas novos

Fetiche (Para a Aline) Amanhã ele vem me frequentar Fou fazer jantinha leve Passo lavo cozinho Ensopo a jardineira E depois... Meu Deus, Você nem imagina Me bate na cara me cospe me goza Mas vou exigir: - Putinha safada não! Putinha safada não! Me chama de Adélia Prado. Circo de horrores Morreram de overdose sim Mas não são heróis ou são Heróis de porra nenhuma Outros já pelos 70 pelas Tabelas ainda vão morrer Nem por isso Meu herói mesmo É o Fiuk - como eu Tem avô mas não tem pai

Road movie

é horizontal este poço: perpassa a história de minha morte é horizontal este poço: estrada sem fundo vértice dos vértices é horizontal este poço: ventríloquo de ventres insaciáveis, consome o caminho, de caminhoneiros e motoristas sem tino - retinas sem luz. é horizontal este poço: horizonte fundo ereto, vertical e sólido rente ao vento do pranto de viúvas, órfãs e irmãs: meigas paisagens de acostamento

Lado B

Balança o Maracá Dança da redenção Raio da vida raiar Fonte a escorrer Rio de transbordar Jorro de alma jorrar Esse ritmo dentro da noite Quando a música e o pensamento Forem um só Forem o Sol (Essa alegria - Lenine) De um novo mundo eu sou E um mundo novo será mais claro Mas é no velho que procuro o jeito mais sábio de usar A força que o sol me dá, canto (Solar - Milton Nascimento) Um dia quero mudar tudo no mundo No outro eu vou devagar, Um dia penso no futuro No outro eu deixo prá lá, Um dia eu acho a saída No outro eu fico no ar, Um dia na vida da gente, Um dia sem nada de mais, Só sei que eu acordo e gosto da vida Os dias não são nunca iguais! (Bom dia - Swami Jr / Paulo Freire) Quero viver a vida Ir pra avenida com a multidão Braço e abraço Mão na mão Todo mundo é meu ir... mão Noite ou dia é tudo igual (Alegria Carnaval - J. Aragão e N. Barros) Quem se salva nessa brasa, quem acende um fogo novo Cruza a crise, colhe a calma Alegra a alma desse povo Vive em paz e harmonia

Só agora vejo crescer em mim as mãos de meu pai

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Mapa Astral

Sinto que o mês presente me assassina Mário Faustino Sinto que o mês presente me assassina as aves atuais nasceram mudas e o tempo na verdade tem domínio sobre homens nus ao sul de luas curvas. Sinto que o mês presente me assassina, corro despido atrás de um cristo preso, cavalheiro gentil que me abomina e atrai-me ao despudor da lua esquerda ao beco de agonia onde me espreita a morte espacial que me ilumina. Sinto que o mês presente me assassina e o temporal ladrão rouba-me as fêmeas de apóstolos marujos que me arrastam ao longo da corrente onde blasfemas gaivotas provam peixes de milagre. Sinto que o mês presente me assassina, há luto nas rosáceas desta aurora há sinos de ironia em cada hora (na libra escorpiões pesam-me a sina) há panos de imprimir a dura face à força de suor, de sangue e chaga. Sinto que o mês presente me assassina, os derradeiros astros nascem tortos e o tempo na verdade tem domínio sobre o morto que enterra os próprios mortos. O tempo na verdade tem domínio, amen

Laura Assis lê "Antiode para Ray Bradbury" (Alexandre Faria)

Daniel Lins: Alegria como força revolucionária

Excelente Café Cultural: http://www.cpflcultura.com.br/site/2009/02/11/daniel-lins-alegria-como-forca-revolucionaria-etica-e-estetica-dos-afetos/ "A alegria é o que vai definir o sujeito. Mas a alegria não trabalha com o sujeito. O sujeito na alegria são blocos de afetividade. São sempre coletividades. São sempre matilha, como os cães. E a alegria não trabalha com essa singularidade focalizada. O sujeito é sempre o sujeito matilha, o sujeito multidão, o sujeito massa (...) Não desvaloriza o sujeito nem o coloca numa posição assujeitada." "Eu bem que gostaria de, todas as manhãs, sentir que o que vivo é grande demais para mim, porque seria alegria em estado puro. Mas deve-se ter a prudẽncia de não exibi-la, pois há quem não goste de ver pessoas alegres." (Deleuze) "Prudência para não afugentar os devires." (Deleuze) A bailarina só pode dançar na alegria e a alegria não é em geral o lugar da consciência. Ela tem que ser uma produtora da inconsciência

Grafite fotografado

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Duas fotos do Jeff, com um bilhete: " Hoje (02/11/2010) arrumando meus arquivos para fazer backup me deparei com essas fotos que tirei para vc em 2006 e nunca lhe enviei..." Agradeço, quae sera .

Urania no Curta Cinema 2010

http://www.curtacinema.com.br/festival/filmes-selecionados/filme.asp?id=134 URÂNIA PANORAMA CARIOCA > PANORAMA CARIOCA 3 Odeon Petrobras > 1/11/2010 - 15h30 Caixa Cultural 2 > 6/11/2010 - 19h Ponto Cine > 4/11/2010 - 16h Ano do festival: 2010 Programa: PANORAMA CARIOCA 3 Diretor: Felipe Rodrigues Gênero: EXP Duração: 5min Cromia: cor/ p&b Pais: Brasil Brazil UF: RJ Ano: 2009 Sinopse: Da janela de sua casa, um homem observa os astros. Produção: Felipe Rodrigues Cia Produtora: Maria Gorda Filmes Fotografia: Felipe Rpdrigues Direção de Arte: Clarice Pamplona Edição: Felipe Rodrigues Som: Felipe Rodrigues Elenco: Julia Grillo, Tiago Martins

Totalmente Dilmais

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Notas soltas pra comentar o AnaCrônicas

O espelhamento que há entre as partes. 1-7, 2-6, 3-5 e a parte 4 explodindo no meio. Nisso há a troca dos personagens e das ações (movimentos). A questão da violência urbana, muito presente. A relação com as canções. Tenho um CD com a trilha sonora do livro. Levar no dia. O limite entre escrita/vida. Os palíndromos do poema que dá início à parte 5 - a escrita como jogo. E a mesma relação com o jogo de sinuca/bilhar na parte 3. (ah, o desenho é de um livro do Newton. Uma das leis do movimento, não lembro) Conferir a posição da palavra anacâmptico nas partes 1 e 7. Procurar no dicionário todas as palavras começadas por ANA e ver no que dá. Pesquisar sistemas de criptografia e tentar decifrar o texto da parte 7 que está cifrado (ananananana) . E comparar esse procedimento com o do Código da Vinci. (rs)

Senilidade II

Oh meu amigo, meu herói Oh como dói saber que a ti também corrói A dor da solidão (Gilberto Gil)

Senilidade

Didática - Cacaso a solidão de meu pai foi qualquer coisa um pouco depois da vida um pouco antes da morte. como o câncer, por exemplo.

Poesia Brasileira – 1980 - 2010 - Processos e percursos

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Encontros com a Literatura - Programação

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Um simpósio bem legal

Para quem quiser acompanhar uma discussão de ponta sobre questões culturais nas cidades e nas quebradas, sugiro este Simpósio das Jornadas Andinas de Literatura Latino-americana(JALLA), na UFF, de 02 a 06/08. SIMPÓSIO: Narrativas e contra-narrativas das margens – tensões da expressão periférica em cidades latino-americanas DIA 6/8 – SEXTA-FEIRA LOCAL: Campus Gragoatá - Instituto de Letras da UFF - Bloco B. II - Sala 203 PROGRAMAÇÃO: 8:30 h - 10:30h * Ritmo e poesia: a lírica da periferia urbana - Afonso Rodrigues (UFJF) * A comunidade incomum: escritores da periferia urbana brasileira - Alexandre Graça Faria (UFJF) * Malandros, bambas e valentes: fronteiras da malandragem em Noel Rosa e Marcelo D2 - Giovanna Ferreira Dealtry (PUC-RIO) * Allan Santos da Rosa, entre margens e ancestralidades - Paulo Roberto Tonani do Patrocínio (PUC-RIO) 10:30 h - 11:00h – Intervalo 11:00 h - 13:00h * Impasses da cidade no cinema latino-americano - Analice de Oliveira Ma

Creta, de Tatiana Franca

Ganhei esse belíssimo presente outro dia. Compartilho com os amigos. Creta (Tatiana Franca) Que entre quem quiser. Não encontrará pompas mulheris aqui nem o bizarro aparato dos palácios, mas sim a quietude e a solidão (Jorge Luis Borges). São os muros de quem submeteu as ilhas, mas é de Dédalo a arquitetura infinita. Vejam as ilhas, quanto distanciam o homem – há nelas inquebrantável silêncio. Às ilhas fogem os homens. Lá onde o engenho cria formas de nunca mais sair. Labirintos de catorze portas pode-se erigir, laborioso construto. Mas ao homem será dada força, (será essa sua desgraça?) serão dados amigos jovens, (eles saberão?) morada- forte (inexplorada?) e uma benevolência – jamais se verá no espelho.

Another brick in the wall

Fortaleza A minha tristeza não é feita de angústias A minha tristeza não é feita de angústias A minha surpresa A minha surpresa é só feita de fatos De sangue nos olhos e lama nos sapatos Minha fortaleza Minha fortaleza é de um silêncio infame Bastando a si mesma, retendo o derrame A minha represa (Chico Buarque e Ruy Guerra)

Dois não pares

Para o André e a Carol onde como acalma o tremor do incerto síndrome de abstinência da razão porto seguro dos confidentes sem fé em deuses dos que não dançam a quem sobra a peregrinação energúmena dos cabeça a romaria sem boca os anagramas do império dos sentidos contra um chato um bobo siso só para não ceder ao choro ao abraço ao refúgio último exílio único corpo para quem não tem à mão escrita só a fala zanza banzo de lapa babel e a pergunta o que farei com esta língua da boca ao cu da pedra à pele do papiro ao chip foder e escrever únicas libertações do precário entre extremos tiranos dão e tiram o resto brinquedo de estetas o resto da roda ao clipe do cosmo ao quanta silêncio

Uma epígrafe abandonada

1o. motivo da rosa (Mário Faustino) Da rosa somente a pétala inconsútil Inamissível lembrança Onde o perfume a cor incompassiva? A beleza é apenas a passagem divina Impiedosa e fugaz. Desisti a tempo, mas pensara nesse texto para epígrafe do Anacrônicas . Vejo isso numa anotação de 18/08/05 . Diário revisitado. O poema não é bom. É didático. Mas seu tema é incorporado ao meu texto. A rosa na garrafa de coca-cola. Acho que essa imagem me veio como uma daquelas ilustrações do Elifas Andreato, num livro do Roberto Drummond, da Ática. DJ? Procuro mas não acho. E fico sem saber se existe mesmo ou foi sugestão por falha (boa) da memória. Faz falta uma coleção como aquela da Ática. Assim como a "Cantadas literárias". Ah! Tão anos 7O o AnaCrônicas . Foi a Claudinha (Chigres) a primeira a observar isso. É, sim, um livro entre o Construção e o The Wall . Talvez venham aí os anos 80. Um livro novo, meio festa ploc?

1977-78

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Biblioteca Parque de Manguinhos

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Há meses, selecionei alguns (poucos) fragmentos de textos, considerando os temas da periferia urbana, da discriminação social e racial, e da identidade na literatura brasileira em três frentes: autores canônicos, autores contemporâneos identificados no atual movimento "literatura marginal, e autores de Manguinhos, a maioria ligada ao Pré-vestibular Comunitári o do bairro, movimento com o qual venho colaborando voluntariamente, desde 2001, através da organização de Saraus Poéticos para a formação literária dos alunos. O resultado da seleção virou um post recente nesse mesmo blog . Mas foi originalmente feita com o intuito de "decorar" (?!), com os fragmentos, o prédio da Biblioteca Parque que estava para ser inaugurada na época. Alguns textos passaram pela peneira, outros não. Outros ainda, que entraram, não fui eu quem sugeri (Chacal, Manoel de Barros, gente muito boa, mas que não fazia parte do enredo do meu samba - do de Sérgio, talvez [o Cabral, e não o Porto]). Outro

Crítica sobre Urânia

Curtas Série 6 - Mostra Panorama: Urânia, Pendular, Vigília do Amor, Avenca, História Triste de uma Praieira e Rio de Mulheres Urânia, de Felipe David Rodrigues, Oswaldo Martins e Alexandre Faria por Leonardo Amaral Urânia é uma experiência de forma, seja através da palavra, ou esteticamente por meio das imagens, em planos fechados e animações. Urânia também seria o caminhar em direção ao misterioso,a um novo. Eis uma narração em off que acompanha a sucessão de imagens, palavras narradas (ou declamadas) pelo seu próprio autor, que é também um dos diretores do filme. Felipe David Rodrigues, Oswaldo Martins e Alexandre Faria tem o mérito de não realizar um filme que se escravize apenas à poesia, a imagem poética recursive, quase retórica. O curta trabalha na justaposição de imagens que não procuram ilustrar as palavras, não existe obviedades nessa experiência de cinema. *Visto na 13 Mostra de Cinema de Tiradentes. In: http://www.filmespolvo.com.br/site/eventos/cobertura/919

Moviola Literária

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Recortes em torno da literatura periférica

Tenho medo. Medo de ti, sem te conhecer, medo só de te sentir, encravada favela, erisipela, mal-do-monte na coxa flava do Rio de Janeiro. Medo: não de tua lâmina nem de teu revólver Nem de tua manha nem de teu olhar. Medo de que sintas como sou culpado e culpados somos de pouca ou nenhuma irmandade. (Carlos Drummond de Andrade) Abancado à escrivaninha em São Paulo Na minha casa da rua Lopes Chaves De supetão senti um friúme por dentro. Fiquei trêmulo, muito comovido Com o livro palerma olhando pra mim. Não vê que me lembrei que lá no Norte, meu Deus! muito longe de mim Na escuridão ativa da noite que caiu Um homem pálido magro de cabelo escorrendo nos olhos, Depois de fazer uma pele com a borracha do dia, Faz pouco se deitou, está dormindo. Esse homem é brasileiro que nem eu. (Mário de Andrade) Em lugares distantes, Onde não há hospital, Nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome Aos 27 anos Plantaram e colheram a cana Que viraria açúcar. Em usinas escuras, homens de vida am

Duas Notas Musicais

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Lidas em Musique et littérature / Jean-Pierre Longre. - Paris : Bertrand-Lacoste, 1994. - 127 p. ; 18 cm. - (Parcours de lecture ; 59). ISBN 2-7352-0859-1. 1 - O nome das notas musicais originam-se de sílabas iniciais de palavras de um hino gregoriano. 2 - "L'Asile Ami", de Robert Desnos:

Duas Preces

Loud Prayer Lawrence Ferlinghetti Our father whose art's in heaven hollow be thy name unless things change Thy wigdom come and gone thy will will be undone on earth as it isn't heaven Give us this day our daily bread at least three times a day and forgive us our trespasses as we would forgive those lovelies whom we wish would trespass against us And lead us not into temptation too often on weekdays but deliver us from evil whose presence remains unexplained in thy kingdom of power and glory oh man Pater Noster Jacques Prévert Notre Père qui êtes au cieux Restez-y Et nous nous resterons sur la terre Qui est quelquefois si jolie Avec ses mystères de New York Et puis ses mystères de Paris Qui valent bien celui de la Trinité Avec son petit canal de l'Ourcq Sa grande muraille de Chine Sa rivière de Morlaix Ses bêtises de Cambrai Avec son océan Pacifique Et ses deux bassins aux Tuileries Avec ses bons enfants et ses mauvais sujets Avec toutes les merveilles du monde Qui sont là S

Tigre de bengala

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No Zoo ontem, com Clarice, Maura e os bichos.

Urânia em Tiradentes

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Estivemos em Tiradentes. Foi bacana a Mostra. A cidade não mudou muito na minha memória de 1991(?). Pudera: é histórica. Tem mais pousadas do que tinha antes. Mais bares e restaurantes também. A escola municipal estava caidaça. Já que são 13 anos será que já não podia ter um cinema no lugar de uma tenda?

Dá-lhe Saramago

Mais um romance-ensaio (mas também um ensaio de romance). O ponto de partdida não poderia ser melhor. Caim é o personagem bíblico ideal para confrontar deus. Ousadia maior se fosse Eva, mas careceria de malabarismos de verossimilhança que não ficaram tão forçados para andarilho assinalado. Como romance, é esse aspecto do destino do personagem que parece pesar. Fica repetitivo (apesar de engenhoso) o recurso das viagens no tempo-espaço. A volta para Lilith também se justifica pouco - o filho, a cidade... - e a nova saída para o encontro final, com Noé também ficou pouco plausível. Afora isso - o romance que não o é - Caim é um belíssimo ensaio, um divertido deboche e uma grande porrada na tradição judaico-cristã. Soma-se ao Evangelho segundo Jesus Cristo, no esforço louvável de converter crenças e ritos da dita civilização ocidental em belos e estéticos mitos.