cena da sangue no altar da igreja da sé

Na missa pelos 454 anos de São Paulo, Benedito do Pagode, bêbado, invadiu a Catedral da Sé, com uma faca de cozinha enferrujada e um cavaquinho.

A notícia de fato me impressionou. A indiciação mais ainda. Como comete tentativa de homicídio um sujeito que grita "Mata eu, São Paulo. Eu não quero morrer de fome."?

Quer chamar a atenção. E tem motivo para isso. Não, não é só a fome. É o cavaquinho.

Fiz hoje esse poema:

cena de sangue no altar da igreja da sé

Alexandre Faria
numa das mãos faca de cozinha


foi-se infiltrando
o bafo da onça
(benedito do pagode, vulgo Benedito de Oliveira, 45)
e dos famintos
à boa gente de geolhos


desavergonhados mulatos
governadores e conselheiros
(são paulo me fez assim)
papas e papisas
abades e outras bestas

a cuca dos bêbados
o fósforo mole
(mata eu são paulo eu não quero morrer de fome)
o bodum das ruas
imiscuiu-se


(rendido preso indiciado por tentativa de homicídio)


na outra cavaquinho

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